Andando com Parkinson

Dificuldades para andar na doença de Parkinson

As dificuldades para andar estão entre os sintomas mais incômodos da doença de Parkinson e do parkinsonismo atípico. Devido às dificuldades de locomoção, as pessoas com Parkinson diminuem a mobilidade, ficam menos ativas e propensas a quedas, resultando em lesões.

• Diferentes tipos de dificuldades para andar

  Em pessoas com doença de Parkinson, as alterações na marcha geralmente são contínuas. Isso pode ser sutil, como uma diminuição do balanço do braço, ou mais pronunciado, como uma marcha arrastada com passadas curtas.

  Também pode haver dificuldades para andar que não são contínuas, mas ocorrem de tempos em tempos: também conhecidas como problemas episódicos da marcha. O congelamento da marcha é o problema episódico mais importante da marcha em pessoas com Parkinson. Durante o congelamento da marcha, as pessoas sentem como se seus pés estivessem subitamente presos ao chão. O congelamento da marcha geralmente ocorre ao começar a andar, ao passar por uma porta e ao virar. Ansiedade ou querer fazer duas coisas ao mesmo tempo também podem ser gatilhos importantes para o congelamento da marcha. Um exemplo de congelamento da marcha é mostrado no vídeo abaixo.

  Uma segunda forma de problemas episódicos de marcha é a festinação. Pessoas com festinação andam cada vez mais rápido com passos cada vez menores. Os passos podem se tornar tão pequenos que a festinação acaba se transformando em congelamento da marcha. Muitas vezes, a parte superior do corpo se inclina demais para a frente. Você pode ver um exemplo de festinação no vídeo abaixo.

• As causas dos problemas para andar

  O controle da marcha é complexo e não é regulado por apenas uma parte do cérebro. Para poder andar corretamente, diferentes partes do cérebro, tronco cerebral e medula espinhal estão envolvidas; essas partes juntas formam um circuito responsável pelo controle da marcha.

  As dificuldades para andar em pessoas com Parkinson surgem porque esse circuito da marcha não funciona tão bem. O circuito funciona com menos eficiência devido à falta do neurotransmissor dopamina no cérebro. Uma deficiência de outros neurotransmissores (como acetilcolina) provavelmente também desempenha um papel nas dificuldades para andar. Para tornar as coisas um pouco mais complexas, parece que a marcha pode ser controlada de diferentes maneiras. Por exemplo, um circuito diferente está envolvido quando andamos sem pensar conscientemente sobre isso (usando nosso 'piloto automático') do que quando andamos com muito propósito (completamente focados em andar). Em pessoas com doença de Parkinson, a marcha automática em particular funciona menos bem, e a macha melhora quando alguém caminha muito conscientemente. Na vida cotidiana em casa, o foco geralmente está no propósito ou processo da tarefa em questão, como tirar roupas do guarda-roupa, cozinhar ou conversar, em vez de andar conscientemente.

• O tratamento das dificuldades para andar

  O tratamento de problemas de marcha contínuos e episódicos consiste em medicamentos que compensam a deficiência de dopamina (medicamentos dopaminérgicos, como a levodopa). Infelizmente, os problemas de locomoção não desaparecem completamente com a medicação, ou a medicação não pode ser dosada suficientemente alta devido aos efeitos colaterais incômodos. Portanto, é necessário tratamento de reabilitação adicional. Uma parte importante da reabilitação é aprender a aplicar estratégias de compensação, também conhecidas como 'truques' ou 'pistas'. A ideia por trás dessas estratégias é tornar a caminhada mais direcionada ou proposital, ignorando os circuitos afetados no cérebro que são responsáveis ​​por andar no ‘piloto automático’. Saiba mais sobre esses truques/pistas: estratégias de compensação. 

Estratégias de compensação

Infelizmente, os problemas para andar da doença Parkinson não desaparecem completamente com o uso de medicamentos. Também é possível que os medicamentos causem efeitos colaterais incômodos. Portanto, é necessário tratamento de reabilitação adicional. Uma parte importante disso é aprender a aplicar estratégias de compensação. Estes são 'truques' podem ser usados para melhorar a marcha das pessoas com doença de Parkinson. Os exemplos incluem: caminhar ao ritmo de um metrônomo, quicar uma bola enquanto caminha, andar de lado ou imitar os movimentos de outra pessoa.

Categorias de estratégias de compensação

Geralmente, as estratégias de compensação que estão disponíveis, podem ser classificadas em sete categorias principais:

1. Usando estímulos externos (pistas externas);

2. Usando estímulos autogerados (gerados pela própria pessoa) (pistas internas);

3. Alteração das demandas de equilíbrio;

4. Alteração do estado mental;

5. Observar ou visualizar a marcha (observação da ação e imagética motora);

6. Adoção de um novo padrão para andar;

7. Alternativas para andar, usando as pernas.

Numerosas estratégias estão disponíveis dentro de cada categoria. Uma explicação mais detalhada do que exatamente essas sete categorias implicam, juntamente com exemplos práticos de estratégias, pode ser encontrado na página de resumo de Andando com Parkinson.

Encontrar a melhor estratégia para si

Surpreendentemente, as estratégias compensatórias individuais não têm o mesmo efeito em todas as pessoas com doença de Parkinson. O que funciona para uma pessoa pode não ter nenhum efeito ou até mesmo ter um efeito negativo na marcha para outra. Além disso, o efeito de uma estratégia também pode depender da situação em que a estratégia é necessária. É provável que começar a andar exija uma estratégia diferente de fazer uma curva ou atravessar um espaço estreito. Portanto, é importante experimentar várias estratégias de compensação diferentes, a fim de determinar quais estratégias funcionam melhor para cada pessoa e e cada situação. Mais informações sobre isso podem ser encontradas no nosso passo-a-passo para encontrar a melhor estratégia.

Esperamos que a visão geral deste site lhe dê inspiração e o ajude a descobrir maneiras úteis de melhorar a marcha!